De posse dos dados iniciais agora é o momento de identificar os desvios entre o previsto e realizado, há inúmeras maneiras de localizarmos desvios, irei passar por alguns como, análise de curva S e variações.
Este processo fica mais fácil quando existe o cronograma devidamente atualizado, mais uma vez a importância de manter o histórico de acompanhamento faz-se necessária, registrar o andamento do projeto faz parte do monitoramento e controle, pois se não monitorarmos o andamento do projeto, controlando conforme linhas de base vai sinalizando desvios enquanto estes são pequenos, possibilitando a reação a tempo de corrigir e minimizar os impactos.
Faremos uma análise sobre a curva S física do projeto.
Analisando a curva física fica evidente que o projeto nunca alcançou a performance desejada, agora é necessário levantar o que ocorreu em cada etapa para justificar o atraso.
Podemos analisar de acordo com a EAP do projeto, listando todas dificuldades e problemas detectados em cada entrega da EAP.
Por exemplo
Entrega A
Dificuldades inicias de mobilização
Atraso na topografia
Entrega B
Logística de materiais errada
Produtividade abaixo do estimado
Entrega C
Alteração do local de instalação da peça “X”
Atraso na chegada de materiais
E assim vamos compondo os problemas detectados em cada etapa, ao final desta tarefa é possível obter um mapeamento de todos os desvios detectados.
Este mesmo modelo pode ser adotado para a área financeira, analisando a curva S de custos.
Notem que a visualização de custos é diferente do andamento físico, neste momento é possível ver o reflexo de custos acima do estimado no inicio do projeto e posteriormente estes ficam abaixo do esperado, o que em uma leitura simplista pode parecer algo saudável, mas este tipo de problema é um falso positivo, pois notem que ao final do projeto os custos extrapolam em muito o estimado, reflexo do atraso físico. Uma ferramenta que deve ser utilizada no decorrer do monitoramento e controle é a análise de valor agregado, o que possibilitaria verificar que para cada R$ 1,00 investido o retorno estava muito baixo do esperado.
Mas agora estamos tratando de uma análise final de projeto, o leite neste caso já foi derramado, a ideia aqui é estabelecer um grupo consistente de lições aprendidas que evite a ocorrência de situações parecidas em novos projetos.
Aplicando novamente o modo de questionar os porquês em cada etapa podemos obter algo como este:
Entrega A
Os salários estimados estavam abaixo do praticado, aumentando os custos iniciais
Entrega B
Devido a produtividade baixa a tarefa consumiu mais tempo do que o estimado, consumindo mais recursos financeiros.
Entrega C
Foi utilizado mais horas do que o estimado devido a modificação solicitada pelo cliente.
Esta é uma das formas de realizar este processo inicial de levantamento de porquês, amanhã veremos outra possibilidade, utilizando apenas os números finais do projeto.